A língua está presente em todas as comunidades, com seus aspectos linguísticos diversificados conforme a cultura e as práticas sociais dessa comunidade.O falante utiliza a língua para interagir no meio social, transmitir suas ideologias, sentimentos e ações, e a seleciona de acordo com o ambiente e a situação interacional, sendo assim os falantes não utilizam a língua sempre do mesmo modo, pois a língua é viva, varia de acordo com a situação, até mesmo o tom de voz modifica dependendo do momento interacional.
A língua é um instrumento de poder no contexto social, assim uma determinada variedade linguística detém o prestigio, linguagem utilizada pelas classes sociais mais favorecidas a chamada norma-padrão, ensinada nas escolas, língua referencial de todo um país, ganhando assim status social. Os grupos sociais que utilizam essa linguagem detém o poder social,político e econômico,seus discursos hegemônicos dominam alienando os falantes de outras comunidades linguísticas consideradas inferiores por não dominarem a língua padrão.
Segundo Le Page (1980), todo ato de fala é um ato de identidade, sendo assim as escolhas linguísticas do falante, depende de todo um processo de aprendizado linguístico, desde seu aprendizado inicial com a família, até suas relações com diversos grupos sociais, constituindo sua identidade social. A importância do aprendizado da língua padrão pelos falantes de classe baixa significa ascensão social,mas isso não significa mudar culturalmente sua linguagem e sim ampliar o seu conhecimento linguístico, a fim de interagir nas práticas sociais podendo exercer com plenitude seus direitos de cidadão.
Referência bibliográfica:
http://www.cetrans.com.br/artigos/Tercia_Ataide_Franca_Teles.pdf
